E no meio de uma tarde de sábado eu me dei conta – por deus, gostei tanto de você. Gostei mesmo. De corpo e essência. Quase digo que valeu o esforço, valeu a dor, quase digo que te fui amor.
Quase porque sinto que estive mais nisso tudo do que você percebeu, do que você quis e esteve. Quase porque me abri num invadir-me de sentimentos que sequer sabia sentir. E você? Você não me convidou a te adentrar. Não me ligou em meio aos das chuvosos e sequer me garantiu a paz que eu saberia, por deus, eu saberia te dar!
Eu correria cidades inteiras pra te tomar entre toques. Quase senti isso. Quase senti que você me tocaria. Menos quando você emudeceu. Menos quando você assentiu e não me deu calmaria. Menos quando você deixou que minhas fantasias se somassem às expectativas e fossem derrubadas pelas decepções.
Eu quase abracei a certeza de que seria você. Porque é. É seu jeito de rir de soslaio. Seu jeito de enrubescer. São seus olhos que me seguem e me perdem. Seu jeito de me ter que nem eu posso lidar. Mas, mesmo que encantadoramente surrupiada por você, o amor é um caminho duplo. E junto com o caos do querer-te, preciso da certeza de te ter aqui também. E esse estar em mim é um ato falho. Um não chegar contínuo. Quase estar. Mal estar. Um quase que me desassossega. Que me engasga. Que quase me engole.
Mas, por deus, eu teria gostado tanto de você.